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8 de Maio de 2024

Risco de radiação espacial aumenta para passageiros de avião

Uma pesquisa revela que a exposição à radiação espacial, quase inevitável em viagens que sobrevoam os polos, equivale a um exame de raio X do tórax

há 5 anos

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Viagens de avião: essa radiação pode levar à modificação do DNA, produzir radicais químicos que podem alterar o funcionamento das células e aumentar o risco do desenvolvimento de câncer.

Os passageiros de avião, especialmente os que viajam com frequência e realizam viagens longas, enfrentam um risco cada vez maior de ficarem expostos à radiação de partículas do espaço, e esse perigo aumentará nos próximos anos, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira.

A natureza ocupacional de tripulantes de linha aérea os expõe a diversos tipos de radiações ionizantes que podem causar a curto e longo prazo efeitos somáticos e genéticos. Diversas fontes de radiação ionizante contribuem para esta exposição: a radiação cósmica em altitude, Raios-X e gama, carga radioativa advindos nos diversos exames de saúde que tripulantes são submetidos ao longo do ano, radioatividade na atmosfera e procedimentos de segurança em aeroportos.

De forma particular, a exposição às radiações ionizantes e seus efeitos cancerígenos e de mutação genética têm recebido especial atenção. Até agora o nível de exposição anual é reduzido para um trabalhador em terra tem sido adequadamente reduzido, entretanto, para os tripulantes de linha aérea esses níveis ainda estão acima de outros trabalhadores e tem-se percebido um aumento desses níveis com operações aéreas mais modernas nas quais aeronaves tem alcance cada vez maior e voam em níveis de voo mais elevado.

Segundo a World Health Organization (WHO) e diversos outros organismos, na altitude de voo das atuais aeronaves, a radiação ionizante chega a ser de 100 vezes acima da dose recebida na superfície terrestre. (WHO, s.d.). Dessa forma, o ser humano que por milhares de anos teve no solo o seu habitat poderá de alguma forma sofrer as consequencias dos efeitos dessa exposição.

As altitudes de voo das atuais aeronaves a reação são entre 39.000 ft e 51.000 ft, onde, a partir de 25.000 ft a dose de radiação dobra a cada 6.000 ft . Ou seja, quanto mais alto for o voo, maior será o índice de radiação absorvido pelo tripulante.

Igualmente, o embrião/feto submetido a radiação ionizante terá o risco aumentado de desenvolver anomalias estruturais, retardamento mental, câncer fatal durante sua existência e morte prénatal nas primeiras semanas de gestação.

Podemos concluir que sob o prisma da exposição à radiação ionizante presente nas altitudes de voos das atuais aeronaves e pela imprevisibilidade de ocorrência de alguns fatores como tempestades solares, raios, altitude e latitudes em voo, voar oferece um risco de dano ao embrião/feto, principalmente no caso das tripulantes e passageiras frequentes.

Uma pesquisa da Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos, revela que a exposição à radiação espacial, quase inevitável em viagens que sobrevoam os polos, equivale a um exame de raio X do tórax.

A autora do estudo, Delores Knipp, indica que, para além dos riscos e desconfortos próprios das viagens de avião, que vão desde ações terroristas até ser retirado à força da aeronave, os passageiros agora deverão se preocupar com a radiação proveniente do espaço, que pode levar à modificação do DNA, produzir radicais químicos que podem alterar o funcionamento das células e aumentar o risco do desenvolvimento de câncer.

Durante a próxima década, para a qual está prevista uma diminuição da atividade solar, o problema aumentará e, por isso, mais partículas do espaço chegarão à Terra sem serem desviadas pelo sol ou pelo vento solar, de acordo com o estudo.

Os pilotos de companhias aéreas americanas “estão suficientemente preocupados para assistirem a conferências (sobre o clima espacial) porque conhecem as pesquisas mais recentes sobre radiação em aviação”, afirmou Knipp em seu estudo.

A autora explicou que suas pesquisas começaram quando ela relacionou o iminente início do chamado “ciclo solar mínimo”, que dura aproximadamente 22 anos, durante os quais a atividade solar se reduz, com a capacidade dos raios cósmicos de penetrarem no interior das aeronaves.

Knipp usou pesquisas realizadas anteriormente pela NASA, a agência espacial dos EUA, bem como medições feitas por balões aerostáticos sobre a radiação que chega à Terra e modelos desenvolvidos por computadores, para determinar que as partículas espaciais criam uma “chuva de partículas” com alta energia quando entram no avião.

“No futuro, os cientistas necessitam transformar o conhecimento que obtivemos em medidas padronizadas e práticas para avaliar o impacto na saúde a longo prazo em tripulantes e passageiros”, comentou a pesquisadora.

Além disso, Knipp disse que as companhias aéreas deverão se preparar para uma “maior exposição à radiação espacial”, o que poderia levar a mudanças nas rotas e a cancelar alguns dos 100 mil voos diários em todo o mundo para evitar uma superexposição a essa radiação.

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